Black Friday e o consumo exagerado!

Autor: Marcel S. Cabral

Nesta semana além de dados da Balança de Pagamentos, de inflação e ata do FOMC, temos dois outros destaques que mexem com a nossa economia: o feriado da consciência negra e o Black Friday.

Hoje, por conta do feriado, não há negociações na Bolsa de Valores. Já na sexta, acontece a oitava edição da Black Friday brasileira, evento que serve para impulsionar o comércio varejista por meio do incentivo ao consumo.

O Ebit, empresa que fornece uma série de estatísticas sobre o comércio eletrônico, estima que as vendas do evento deste ano devam crescer algo em torno de 15% quando comparadas ao ano passado, que registrou, só pelo e-commerce, R$1,9 bilhões.

A economia precisa da engrenagem consumista. Isso proporciona que as empresas lucrem, promovam investimentos, gerem emprego e renda para a sociedade.

Por outro lado, considerando eventos como o de sexta, sabemos que existem incentivos de consumo que incluem uma série de propagandas na tentativa de atrair a atenção dos potenciais clientes.

Mesmo com o controle do Conar, que é o órgão responsável em coibir a publicidade enganosa ou abusiva, por vezes as mensagens acabam despertando gatilhos para consumos impulsivos.

Ter consciência no consumo vai além de agir por impulso e compreende aspectos que envolvem o planejamento da compra até o uso e descarte dos produtos.

A educação financeira é uma das ferramentas que contribui na construção dessa consciência consumista.

As evidências trazidas pela pesquisa da ANBIMA, citada no blog que trata do nosso perfil em relação ao dinheiro, demonstram que ainda temos muito que caminhar para criar essa cultura de planejamento de nossas finanças.

Por outro lado, uma série de estudos revela que essa educação é uma ferramenta importante na formação de cidadãos mais conscientes e capazes de melhor planejar sua vida financeira, compreendendo tanto suas decisões de consumo, como investimento.

Citando um exemplo, um estudo recente feito por pesquisadores do Sul do país, com o título “A influência do materialismo, educação financeira e valor atribuído ao dinheiro na propensão ao endividamento de jovens” testou algumas hipóteses, incluindo a de que o endividamento dos jovens é influenciado pela educação financeira, com o uso de um constructo validado em outro trabalho.

O resultado, baseado em técnicas estatísticas, revela que sim, há influência da educação financeira sobre o endividamento do grupo de jovens considerados na pesquisa.

Não é um resultado contra intuitivo, ou seja, diferente do que se espera. Entretanto é mais um trabalho que reforça a importância da educação financeira para agirmos de modo consciente, combatendo, assim, os gatilhos mentais que despertam o consumo impulsivo.

Nesta Black Friday, se for aproveitar as promoções, pesquise, compare e evite o exagero. Faça suas compras conscientemente.